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Viajar porque sim

Paixão por viagens, escrita e fotografia

Qui | 09.05.19

Um cheirinho a sul de França - II - De Béziers a Arles

 

O segundo dia da viagem de carro pelo sudoeste de França foi também bastante preenchido mas essencialmente passado em ambiente de cidade. As cidades desta região francesa têm uma atmosfera muito “ibérica”, que se deve não só à proximidade geográfica de Espanha mas também a um passado cultural com imensas características em comum com as da nossa Península, e cujas marcas perduram até hoje. Essa semelhança cultural é notória na apetência pelas artes taurinas e nos muitos vestígios da civilização romana que ainda existem em bom estado de conservação, mas sobretudo nas pessoas, nos seus hábitos (com excepção das horas das refeições…) e na ambiência das ruas.

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Dia 2

Villeneuve-lès-Béziers → Béziers → Agde → Sète → Nimes → Arles (Total: 176 km)

Depois de um pequeno-almoço fora de série (croissants, brioches e doces caseiros, que bom!), dedicámos a manhã a conhecer Béziers, uma cidade bonita com muitos pontos de interesse e que merece definitivamente ser visitada. Gostei particularmente do Parque dos Poetas e das ruas estreitas com lojas maravilhosamente decoradas, onde apetece entrar e comprar tudo. Nas Allées Paul Riquet havia uma feirinha de antiguidades, e a Catedral de Saint-Nazaire tinha a fachada principal em obras, mas estava aberta e pudemos visitar o interior.

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Sète é uma cidade portuária localizada no estreito que separa o Mediterrâneo do Étang de Thau (a lagoa onde termina o Canal du Midi). Porque tem vários canais, é mais uma daquelas cidades a que chamam “Veneza qualquer coisa” (neste caso, do Sul ou do Languedoc, as versões vão variando). Tem também o segundo maior porto francês, só ultrapassado pelo de Marselha. Aparte isso, tem praias, viveiros de ostras, inúmeros restaurantes e lojas, pontes sobre os canais (claro!), muitas esplanadas e um ambiente de férias de Verão mesmo quando o calor ainda vem um bocado longe.

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A meio da tarde chegámos a Nimes, uma cidade com origens que remontam ao séc. VI a.C. e cujo ex libris é sem dúvida o anfiteatro romano – ou arena, como lhe chamam os franceses, certamente por ali terem lugar corridas de touros. Desta vez, felizmente, o que estava em preparação era uma recriação histórica de jogos da antiguidade, opondo romanos a bárbaros, e foi engraçado assistir aos ensaios durante um bocado (o espectáculo era só uma semana depois). Este anfiteatro elíptico data dos finais do séc. I e é um dos mais bem preservados do mundo. A visão que se tem, do alto dos seus 21 metros de altura, sobre a arena e as bancadas impõe algum respeito, mas tirando isso o monumento é interiormente despido de qualquer interesse (e na minha opinião não vale os 10€ que pedem pelo bilhete para visitar).

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Fomos também espreitar a Maison Carré, que é nada mais, nada menos do que um templo romano que foi convertido em igreja no séc. IV, razão pela qual escapou à destruição massiva da maioria dos templos pagãos no início da era cristã e se mantém razoavelmente bem preservado.

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A título de curiosidade, reparámos que o símbolo de Nimes, que surge por todo o lado na cidade, representa um crocodilo e uma palmeira – o que parece um bocado incongruente, uma vez que por aquelas bandas não existe uma coisa nem outra. Mas tudo tem uma explicação, e este é mais um vestígio da Roma antiga que ficou para a posteridade. Quando Octávio derrotou Cleópatra e Marco António na batalha de Actium, para celebrar o episódio foram cunhadas moedas de bronze que mostravam, numa das faces e simbolizando o Egipto derrotado, um crocodilo e uma palmeira. Sucede que Nemausus (a actual Nimes) parece ter sido uma das cidades onde se cunhava a moeda do Império Romano, o que explica o facto de estas moedas serem encontradas frequentemente, enterradas no solo, durante os séculos que se seguiram. No séc. XVI, a cidade obteve autorização para incorporar o dito símbolo – por quem os habitantes nutriam já um carinho especial – no seu brasão, que se mantém até hoje. O desenho tradicional foi modernizado em 1985 pelo célebre designer francês Philippe Starck, e é esta a versão que encontramos actualmente.

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Arles foi a cidade escolhida para pernoitarmos nos restantes dias de viagem – além de interessante, tem uma localização central em relação aos outros lugares que ainda queríamos visitar, e poupou-nos a trabalheira de andarmos a entrar e sair de hotéis diferentes todos os dias. Ficámos suficientemente perto do centro da cidade para não precisarmos de levar o carro, com a vantagem de ainda termos tido a oportunidade de apreciar um belo pôr-do-sol quando íamos a caminho do jantar. Escolhemos o Oscar, um restaurante com um ambiente ecléctico cujo menu se baseia actualmente na cozinha libanesa, onde a comida é confeccionada à vista de todos, quase em atmosfera de convívio – e onde tudo o que comemos estava simplesmente excelente.

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Onde comemos:

Marina Pub - 11 Quai de la Résistance, 34200 Sète, France

Oscar - La Roquette, 20 Rue des Porcelets, 13200 Arles, France

 

Onde ficámos:

ibis Arles Palais des Congrès - Avenue de la 1ère division Française libre, 13200 Arles, France - https://www.accorhotels.com/pt/city/hoteis-arles-v0159.shtml

 

Fiquem por aí para conhecerem o que visitámos no dia seguinte da viagem →

← O que vimos no dia 1 da viagem

 

O roteiro completo da viagem está aqui.

 

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