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Viajar porque sim

Paixão por viagens, escrita e fotografia

Seg | 12.02.18

O Poço da Broca da Barriosa

 

A água é o meu elemento natural preferido, em todas as suas formas, e por isso fico felicíssima quando descubro (ou me dão a descobrir, como neste caso) lugares especiais onde a água assume o papel principal. No sopé da Serra da Estrela, perto de Vide, existe um desses sítios. Para o apreciarem em toda a sua beleza visitem-no em época de chuvas, de preferência na Primavera. E com tempo e vontade para apreciarem uma bela refeição.

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Chama-se Poço da Broca e é um dos três lugares com o mesmo nome que existem naquela zona. Este é o mais conhecido, pois fica mesmo junto à estrada que liga a aldeia da Barriosa à de Fradigas.

 

A primeira imagem que tive quando parei na ponte sobre a Ribeira de Alvôco foi um curso de água verde semi-transparente com uma espécie de lagoa e uma pequena mas espumosa queda de água no meio, a toda a largura. Do lado esquerdo, uma casa de linhas modernas revestida de xisto. Do lado direito, uma pequena elevação com socalcos, onde dois cavalos pastavam tranquilamente. Ali ao lado, uma placa indicativa: Poço da Broca. 

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Obedecendo à seta, seguimos pelo caminho marcado, protegido por uma balaustrada em madeira. Ouvia-se o barulho de água a cair, mas só ao fim de uns quantos metros é que percebi a sua origem – e acreditem que foi uma das melhores e maiores surpresas que tive até agora, pois não fazia ideia que me esperava: uma volumosa cascata de água, até aí escondida pela vegetação e pelas pedras, surgia em degraus largos pelo meio das árvores e precipitava-se mais abaixo, deslizando sobre as rochas.

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Este é mais um daqueles lugares que é preciso ver ao vivo para captar toda a beleza da atmosfera envolvente. Apesar de relativamente pequena e de nem sempre ter tanta água – foi certamente a minha sorte do costume que me pôs ali num dia em que o caudal da ribeira era suficiente para proporcionar um belo espectáculo – a cascata e a paisagem em torno dela formam um conjunto tão harmonioso e fora do vulgar que me deixaram positivamente encantada.

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Voltámos para trás e passámos novamente para o outro lado da ponte. Subindo pela estrada encontra-se a entrada para um parque de merendas, de onde é possível aceder à lagoa formada pela ribeira, descendo um grupo de degraus, pois no tempo quente o Poço da Broca é uma praia fluvial.

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Mas nós continuámos um pouco mais para cima, para irmos à parte superior da cascata. Mesmo estando a ribeira com bastante caudal, consegui passar facilmente sobre as pedras até chegar ao pé de uma outra cascata mais pequena, com a água a rodear-me quase completamente. Para mim que, como disse no início, adoro água – ainda mais com tanta vegetação em volta – seria impossível não ficar apaixonada por este lugar.

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A casa de que falei antes, junto à ponte, é um restaurante. Chama-se “Guarda Rios”, o nome de um dos pássaros que – diz quem sabe, pois eu não vi – habita aquela zona. Serve comida tipicamente portuguesa, bem confeccionada e apaladada, e o serviço é muito atencioso. O espaço é amplo e têm até uma varanda com mesas no exterior, situada mesmo do lado da ribeira, que deve ser o lugar perfeito para comer nos dias mornos e sem vento.

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Se ainda não conhecem o Poço da Broca, vão até lá e surpreendam-se. Se já conhecem, digam-me:

concordam comigo?

 

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