O Castelo da Lousã
Conta a lenda que Peralta, filha de um rei mouro que tinha a sua corte em Conímbriga, se apaixonou por um príncipe cristão de nome Laurus (ou Lausus, noutras versões) que invadiu os domínios de seu pai. Avisados por esse príncipe, o rei e a sua corte conseguiram fugir para um castelo escondido nas serranias, mas Laurus morreu na refrega e a princesa Peralta viveu o resto dos seus dias inconsolável pela morte do seu amado.
O rei mouro chamava-se Arunce, e o rio que corre na sua base tomou o seu nome, que com o tempo se transformou em Arouce. As terras em volta foram buscar a sua toponímia, reza a lenda que a pedido da princesa Peralta, ao príncipe cristão que os salvou; e têm hoje o nome de Lousã.
Lenda ou não, o castelo lá está, a escassos 2 km da vila, praticamente invisível a quem não vá de propósito para o visitar, e tão disfarçado no meio do arvoredo e das encostas da serra que só nos apercebemos dele na última curva do caminho, quando já estamos mesmo a chegar.
As primeiras referências documentais ao Castelo de Arouce (o outro nome por que é conhecido o Castelo da Lousã) datam do séc. X, mas só em 1080 passou a fazer parte efectiva do Condado Portucalense. Brevemente tomado por muçulmanos em 1124, foi reconquistado por D.Teresa e depois da fundação de Portugal usado por D.Mafalda (mulher de D.Afonso Henriques) como castelo de Verão. A localidade recebeu foral em 1151.
Classificado como Monumento Nacional, é no entanto um dos castelos menos divulgados e quiçá visitados do nosso país, talvez por estar encerrado e só ser possível conhecê-lo por dentro mediante pedido à Câmara Municipal. Mas vale bem a pena ir vê-lo, mesmo que só por fora, e por várias razões: pela sua localização e entorno, que são absolutamente fora do vulgar e transmitem uma enorme paz e tranquilidade (das várias vezes que já lá estive, nunca vi o local apinhado de visitantes…); pela pequena mas bem cuidada praia fluvial que tem a seus pés; pelo quase miniatural Santuário de Nossa Srª da Piedade que trepa pela encosta do outro lado do rio; e por a partir dali ser possível fazer percursos pedestres para visitar a serra da Lousã e as suas aldeias.
Tudo bons motivos para ir conhecer o Castelo da Lousã. Que do resto falarei um dia destes…
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