Bilhete-postal de Santorini - III
O pôr-do-sol
Uma das experiências que quem visita Santorini não quer (e não deve!) perder é o seu famosíssimo pôr-do-sol.
A bem da verdade, o pôr-do-sol em Santorini não é muito diferente dos que podemos apreciar no nosso país quando estamos na costa oeste ao pé do mar – sobretudo no Verão, quando o sol vai baixando lentamente até desaparecer atrás daquela imensidão de água prateada que é o Atlântico, o azul do céu tornando-se mais saturado, com véus de laranja-rosa-púrpura. Um espectáculo mesmerizante e nunca repetido, porque cada pôr-do-sol é diferente dos outros… Nesta coisa de pores-do-sol aqui em Portugal também estamos muito bem servidos.
A diferença está, obviamente, na paisagem. A costa oeste de Santorini forma um crescente em torno da caldeira do vulcão, com as ilhas Kameni (Nea e Palea) no centro, o ilhéu Aspronisi a sudoeste e a ilha maior de Thirasía a noroeste, quase fechando o anel. Além disso, embora bastante ao longe, é também possível avistar as silhuetas esbatidas das ilhas Cristiana e Ascania para sudoeste, e Ios, Amorgós e Folégandros para norte e noroeste.
Por tudo isto, a impressão visual que nos causa assistir ao pôr-do-sol em Santorini é bastante diferente daquilo a que eventualmente estamos habituados, e é uma das experiências estéticas mais agradáveis e originais de que podemos usufruir durante uma estadia na ilha.
O local mais famoso e procurado para observar o sol-pôr é indiscutivelmente Oia. A pé, de carro ou de autocarro (há autocarros que partem do centro de Fira de 20 em 20 minutos, e a viagem demora cerca de um quarto de hora), quando se aproxima o final da tarde grupos e grupos de turistas encaminham-se para o extremo noroeste de Santorini, quais peregrinos cumprindo uma promessa.
Oia é assim uma espécie de Fira em versão ligeiramente mais reduzida, e é certamente o local mais fotografado de toda a ilha. Às seis e meia da tarde, a actividade frenética do lugar faz lembrar uma colmeia, e o ruído também. As ruas estreitinhas e sinuosas sucedem-se umas atrás das outras, apinhadas de gente quase em passo de procissão. Passamos por gelatarias, cafés com as suas esplanadas, lojas de roupa e artesanato, e também por aquela que é uma das livrarias mais bonitas e famosas do mundo, apesar de apenas ter aberto há pouco mais de dez anos – a Atlantis Books.
Oia tem muitos moinhos, casas brancas com portas e janelas azuis, ou coloridas em tons de terra e mar, gatos pachorrentos passeando nos terraços, e torres de igreja com vários sinos, encimadas por cruzes.
À medida que o sol vai descendo para o mar, a onda humana começa a dirigir-se toda na mesma direcção, cada pessoa procurando o melhor “spot” para ver o espectáculo. Cada miradouro, cada recanto com vista sobre o Egeu, cada esplanada virada para o mar enche-se de gente pacientemente à espera, observando o sol a perder lentamente o seu brilho, crescendo de tamanho e banhando a paisagem com um dourado suave.
Mas não é só em Oia que o pôr-do-sol atrai os visitantes da ilha. Em Fira, os fins de tarde são igualmente encantadores, e são muitos os lugares de onde é também possível observar o sol-pôr – um panorama recorrente, diário, mas nunca repetido.
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