Pateira de Fermentelos, a lagoa tranquila
A maior lagoa natural da Península Ibérica está no nosso país.
Fica perto de Águeda e oferece-nos quilómetros de beleza paisagística e actividades de lazer.
O seu nome?
Pateira de Fermentelos.
Está localizada perto da confluência dos rios Cértima e Águeda e quando completamente cheia ocupa mais de 5 km2 de área. Calcula-se que a sua formação tenha começado ainda na Idade Média. Actualmente é alimentada sobretudo pelo Cértima, mas também por várias outras ribeiras e por águas subterrâneas.
A primeira palavra que me ocorreu quando parámos numa das várias zonas de lazer existentes no perímetro da lagoa foi “quietude”. O sol já descia no céu por trás de um cobertor cinza de nuvens, apesar do calor, cobrindo com uma luz difusa o enorme manto de água da lagoa, apenas ligeiramente enrugado pelo vento. Quase não se ouvia um som, tudo parecia estar posto em sossego Uma beleza!
No acesso à Pateira que fica perto da aldeia de Espinhel há uma extensa área arborizada que termina num parque de estacionamento junto a um relvado com parque de merendas. É um dos locais onde a lagoa se apresenta mais deslumbrante. Dois pontões paralelos de terra batida entram algumas dezenas de metros pela água terminando em dois mirantes de madeira gémeos, erguidos sobre estacas. Daqui é possível observar a Pateira na sua maior extensão, de leste para oeste – o lugar ideal para apreciar o pôr-do-sol.
Em 2013, a Pateira foi classificada como Zona Húmida de Importância Internacional pelo Comissariado Internacional da Convenção de Ramsar. Abriga espécies, habitats e ecossistemas protegidos a nível nacional e internacional, com uma forte componente ornitológica – como de resto é possível perceber pelo seu próprio nome. Além dos (óbvios) patos consegui ainda ver uma galinha d’água, mas por ali também costumam andar cegonhas, garças, maçaricos, guarda-rios e milhafres, entre outros. O coaxar das rãs é, de resto, impossível de ignorar. E a lagoa é fértil em espécies piscícolas e lagostins.
Esta riqueza biológica, que se estende à flora indígena, é no entanto frágil – como aliás sucede actualmente em todos os ecossistemas. Nos anos 90 a Pateira começou a ser invadida pelo jacinto-de-água, que chegou a ocupar metade da sua área. Apesar de visualmente atraente, esta espécie originária da bacia do Amazonas é uma verdadeira praga dos sistemas aquáticos de água doce e já se espalhou por todos os continentes. Em 2006 começou a ser utilizada uma ceifeira aquática (a que os miúdos da região deram entretanto o nome de “Pato Bravo”) para retirar da lagoa a maior parte da enorme massa de jacintos-de-água. Hoje em dia este problema parece estar relativamente controlado, embora junto às margens ainda existam consideráveis extensões de água completamente cobertas por esta planta.
Igualmente bonita é a zona de lazer de Óis da Ribeira, um pouco mais a nordeste no perímetro da lagoa, com o seu miradouro e alguns barcos de madeira ancorados na margem. Aqui também existem estruturas de apoio para quem visita o local. Em frente, do outro lado, o edifício branco e negro da Estalagem da Pateira não passa despercebido.
E para quem gosta (como eu!) de andar a pé, existem dois trilhos pedestres circulares que permitem conhecer mais intimamente o perímetro da lagoa: um mais curto, o Trilho dos Poços (vejam mais informações aqui) e um outro mais longo, que se estende durante alguns quilómetros junto à lagoa e depois acompanha parte da margem sul do rio Águeda (o desdobrável deste percurso está aqui).
Para saberem mais sobre a Pateira de Fermentelos, visitem o site oficial da Câmara Municipal de Águeda e vejam estes dois pequenos vídeos:
A seguir – claro! – têm de ir conhecer este lugar imperdível. E depois digam-me se gostaram.
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