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Viajar porque sim

Paixão por viagens, escrita e fotografia

Qua | 24.07.19

Alguns conselhos para quem vai viajar para a Rússia

 

A Rússia está na moda, e a sua popularidade como destino de viagem terá tendência a aumentar nos próximos tempos entre os portugueses, em grande parte devido aos excelentes preços dos pacotes que todas as agências oferecem actualmente para visitar durante uma semana as cidades de Moscovo e São Petersburgo.

 

E precisamente porque São Petersburgo estava na minha wishlist há já demasiado tempo, apesar de (como vocês bem sabem) eu não ser grande adepta de viagens organizadas por agências, este ano decidi embarcar na onda e cheguei há alguns dias de uma dessas viagens.

 

Rússia - São Petersburgo - Matriosca.JPG

 

As duas grandes capitais da Rússia são obviamente cidades monumentais e fascinantes, cada uma dentro do seu género, e merecem vários (muitos!) posts para vos contar tudo o que vi. Mas hoje o que quero mesmo é falar de algumas questões mais práticas que podem ser úteis para quem esteja a pensar em ir de viagem (organizada ou não) até este país.

 

Clima

Preparem-se para, mesmo no Verão, o tempo mudar completamente pelo menos meia dúzia de vezes ao dia. Levantamo-nos com um sol radioso (no Verão o sol nasce entre as 3 e as 4 da manhã, e depois da meia noite ainda se vê alguma claridade no céu durante muito tempo), mas quando acabamos de tomar o pequeno-almoço já está a chover – e pode ser uma simples chuvinha molha-parvos ou um temporal de nos encharcar até aos ossos. Passado um bocado levanta-se uma ventania, a seguir o sol volta a espreitar envergonhado, e por aí adiante. Na rua há gente de sandálias e de botas, de manga curta e de anoraque, com sobretudos e com tops de alças. Se não quiserem levar chapéu-de-chuva, levem pelo menos um impermeável com capuz e qualquer coisa para usar ao pescoço, que estas mudanças malucas de tempo são boas para as constipações.

 

Rússia - São Petersburgo - clima.JPG

 

Comida

Que não há comidinha como a portuguesa, isso já toda a gente sabe. Mas a Rússia não é decididamente o país ideal para quem gostar de comer bem e muito. A somar a este facto, os pacotes de viagens costumam incluir algumas refeições, se não mesmo todas, e nestes casos há que comer o que nos põem à frente (embora ocasionalmente também nos apareça um bufete, e aí já há mais hipótese de escolha). É claro que há bons restaurantes, e para quem gosta de fast food as opções também são mais que muitas. Pessoalmente até nem comi mal nesta viagem (e eu até costumo ser esquisitinha…), mas a maior parte das pessoas que faziam parte do grupo torcia o nariz a quase toda comida que lhes aparecia à frente, fosse porque achavam que era pouca quantidade, ou porque a oferta não lhes agradava de todo (e os elementos do grupo eram quase todos espanhóis, não portugueses, por isso tirem daqui as vossas próprias conclusões). Geralmente serviam sempre uma entrada ou sopa, uma salada, um prato de peixe ou carne (sobretudo carne…) e uma sobremesa. A comida mais tradicional que se come é georgiana ou ucraniana. Pessoalmente, gosto muito da forma como fazem o bacalhau fresco (que não é um prato típico) mas também comi, por exemplo, um excelente strogonoff e um belo hambúrguer, ambos em restaurantes fora do circuito da viagem organizada. Seja como for, fica a chamada de atenção, para depois não se sentirem defraudados.

Rússia - São Petersburgo - comida.JPG

 

Distâncias, dimensões, gente

Na Rússia é tudo grande. Eu diria mais: é tudo monumental. Moscovo é uma cidade megalómana a todos os níveis, cheia de monumentos e empreendimentos gigantescos (ao bom estilo soviético) e em que os edifícios só não parecem tão grandes porque geralmente estão separados uns dos outros por avenidas larguíssimas, ou porque dentro do nosso ângulo de visão há sempre outros ainda maiores. Como é óbvio, as distâncias também são enormes, e se no mapa tudo parece perto, na realidade é tudo bem mais longe. Em São Petersburgo os edifícios são mais baixos – pelo menos no centro da cidade, que é em si mesmo uma área descomunal – mas as avenidas são igualmente amplas, e até o rio Neva parece mais mar do que rio. A somar a estas magnitudes, Moscovo é habitada por cerca de 12 milhões de almas e São Petersburgo por quase 6 milhões, por isso há pessoas, carros, autocarros e outros veículos por todo o lado. E turistas, claro, montes de turistas (sobretudo chineses, que estão literalmente a invadir a Rússia), que provocam filas de horas para visitar qualquer monumento ou museu mais famoso. Portanto, preparem-se para andar muitos quilómetros, tanto dentro dos edifícios como nas ruas – ou optem pelo metro, mas mesmo assim contem com bastante tempo para as deslocações – e para tomar “banhos de gente” em todo o lado.

Rússia - Moscovo - distâncias.JPG

 

Língua

Ao nível da comunicação, existem na Rússia dois problemas básicos com os quais não é muito habitual depararmo-nos em viagens para a maioria dos outros países. O primeiro é, obviamente, o alfabeto. Salvo algumas excepções em que encontramos dupla grafia (lojas de cadeias internacionais, o metro, alguns dos monumentos/museus mais turísticos – que neste caso também podem ter tradução em inglês), está tudo exclusivamente em cirílico. O segundo é o facto de a maioria dos russos não falarem nadica de nada de inglês. Claro que nos hotéis os empregados falam inglês, assim como os das lojas dedicadas aos turistas, mas fora isso quase não encontramos um russo que fale outra língua que não a sua. A culpa não é da educação formal, pois aprendem inglês na escola, tal como nós. O problema é que não querem saber das outras línguas, não gostam, e têm muito orgulho em falar russo – mesmo entre os mais jovens, esta é a corrente ideológica dominante. Por isso, o meu primeiro conselho é: aprendam o alfabeto russo. É grande e complicado, eu sei, e podem até contrapor que não serve de nada aprender o alfabeto e depois não perceber as palavras. Mas na realidade há sempre algumas palavras que, quando pronunciadas, são facilmente perceptíveis (apesar de parecerem indecifráveis quando escritas em cirílico), e sabendo o alfabeto podem pelo menos identificar mais facilmente uma rua, uma estação de metro, ou um qualquer outro local.

Rússia - São Petersburgo - cirílico.JPG

 

Metro

É a forma mais fácil de viajar, tanto em Moscovo como em São Petersburgo, e é barato (cada viagem custa menos de 80 cêntimos, na nossa moeda). Em São Petersburgo encontramos a rede de metropolitano mais profunda do mundo – em certas estações demora-se mais de dois minutos a descer de escada rolante até à plataforma – e existem, por enquanto, apenas cinco linhas. Já o metro de Moscovo não é assim tão simples: 15 linhas, uma das quais circular, com 200 e muitas estações e um total de quase 400 km de comprimento. E continua em expansão… Algumas das estações mais antigas do metro de Moscovo estão decoradas com verdadeiras obras de arte, e até existem visitas guiadas para as conhecer. Há comboios a chegar e partir praticamente de minuto a minuto, e cada um só se demora uns quantos segundos na plataforma, por isso as saídas e entradas têm de ser bem rápidas. Todas as plataformas estão assinaladas, mas por vezes as setas podem não ser completamente claras; por exemplo, uma seta a indicar que a ligação para outra linha se faz na plataforma ao lado daquela onde acabámos de sair quer na realidade dizer que para acedermos à referida linha teremos de seguir por umas escadas que vão naquela direcção, mas só as descobriremos bastantes metros mais à frente na plataforma. Confusos? Pois… a nós sucedeu-nos o mesmo, in loco, no meio de mares de gente a passar em velocidade supersónica em todas as direcções. Mas não desanimem, que depois de três ou quatro viagens começa-se a apanhar o jeito à coisa…

Rússia - Moscovo - metro.JPG

 

Simpatia

Os russos não são os campeões do sorriso. Alguns até conseguem ser mesmo antipáticos e desagradáveis (se bem que na verdade encontramos gente assim em qualquer país). Mas não os levem a mal, é uma questão de educação, não é nada pessoal. Não têm por hábito sorrir a pessoas que não conhecem, e de uma maneira geral levam a vida muito a sério, por isso não estranhem os seus modos secos, directos e eficientes. Claro que quem trabalha na área do turismo tem uma atitude diferente e muito mais acolhedora, mas quando saímos do círculo protector do ambiente turístico a história é outra, pelo que convém ter em mente que estamos num país com uma cultura diferente da nossa e temos de manter o espírito aberto e livre de preconceitos.

Rússia - São Petersburgo - pessoas.JPG

 

Souvenirs

Vão por mim: os melhores locais para comprar lembranças de viagem para oferecer à família e aos amigos não são as grandes lojas especificamente destinadas aos turistas onde nos levam quando fazemos o obrigatório tour de autocarro pela cidade. É claro que nessas lojas os artigos têm qualidade, e se houver algum problema ou defeito será mais fácil trocar a peça. Mas nas lojas mais pequenas os preços são francamente melhores, tal como sucede no mercado de Izmailovo, em Moscovo, que é provavelmente o melhor sítio para fazer compras. Sim, é um complexo de edifícios fantasioso e kitsch dedicado ao consumo de todos os tipos, onde encontramos restaurantes, velharias, artesanato e tudo o que qualquer turista pode desejar, e à primeira vista o sítio até tem um bocado o ar de uma armadilha turística. Mas a verdade é que conseguimos comprar muitos artigos iguais (iguais mesmo, não só parecidos) aos que vendem nas lojas mais “selectas” e por metade do preço ou menos, e a variedade é – de longe! – muito maior. Vi lá peças de artesanato lindíssimas e originais que não me importava nada de ter trazido para casa, tivesse eu muito espaço na mala e uma carteira mais “gordinha”. E os preços até que eram bem convidativos.

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Visto

Se tiverem a possibilidade de/tempo disponível para tratar do visto (se forem em grupo, uma pessoa pode tratar de todos os vistos, bastando para isso ter autorizações assinadas dos outros elementos do grupo), aconselho que o façam. Pagam cerca de metade do que iriam pagar se fosse a agência a tratar do assunto, e o processo acaba por ser mais fácil, ao contrário do que possa parecer (sei de inúmeros casos de confusões criadas pelas agências, que acabam por ser mais complicadas do que tratar do visto directamente). Não vou maçar-vos com pormenores do que é preciso, numa simples busca na internet irão encontrar vários sites/blogues que vos mostram todos os passos e o site do Centro de vistos da Rússia em Lisboa também explica o que é necessário. Para quem vive longe da capital, tudo pode ser tratado por email, e o custo envolvido é pouco maior. Embora normalmente indiquem que vão demorar 3 semanas a devolver o passaporte, na realidade acabam por ser mais rápidos (no meu caso foram apenas 2 semanas). Escusado será dizer que deverão tratar do visto com bastante antecedência, para evitar percalços.

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Depois de tudo isto, não se assustem, porque uma coisa é certa: vão gostar imenso de conhecer a Rússia e todas as maravilhas que o país tem para visitar – e são muitas.

 

Vão a Moscovo? Leiam este postMoscovo, a cidade grande

 

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Qui | 18.07.19

Peleș, o palácio a que chamam castelo

 

Era uma vez um país, muito jovem de idade mas com uma história antiga de séculos, que tinha um rei que na verdade era um mero e pouco importante príncipe alemão, e que só era rei porque tinha sido convidado para tal. O país chama-se Roménia e o rei foi Carol I, que durante os 48 anos do seu reinado ajudou a Roménia a tornar-se independente e a modernizar-se. Entre as muitas obras que promoveu há um edifício que saltou há algum tempo para a ribalta dos destinos turísticos imperdíveis. Chamam-lhe o Castelo de Peleș.

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Recorrentemente considerado, desde há alguns anos, como um dos castelos mais bonitos da Europa, Peleș não tem verdadeiramente nada de castelo – na realidade é um palácio, e um palácio fabuloso!

 

aqui falei um pouco da história da Roménia e do rei Carol I (ou Carlos, se preferirem o português), o primeiro dos apenas quatro reis da curta monarquia constitucional romena e por coincidência também aquele que ocupou esse cargo durante mais tempo.

 

Carol era um militar por vocação, de perfil austero e meticuloso como era habitual nos militares, que teve a sorte de casar com Elizabeth de Wied, uma princesa (também) alemã inteligente, culta e dedicada, que além de ter desenvolvido projectos significativos nas áreas da saúde e da educação foi uma escritora profícua, tendo produzido trabalhos de vários tipos sob o pseudónimo de Carmen Sylva (há uma foto engraçadíssima na Wikipedia que a mostra, toda ataviada de rendas e bordados, em frente a… uma máquina de escrever).

 

Não é por isso de estranhar que ao palácio que fizeram construir em Sinaia, uma localidade encostada às montanhas de Bucegi (que fazem parte dos Cárpatos), tenham chamado “castelul”, e que as suas características aliem a sensibilidade do estilo romântico ao “peso” da decoração barroca e das referências militares (com uma colecção de artefactos militares e de caça com cerca de 3600 peças, muitas delas “troféus” da vitória conquistada pelo exército romeno, liderado por Carol I, na batalha de Pleven durante a guerra russo-turca de 1877-1878 – e que levou a que meses mais tarde a Roménia conseguisse a sua independência como país, pois até então tinha estado legalmente sob o domínio do Império Otomano).

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Apesar de não parecer muito grande quando visto de fora, o palácio é enorme. São seis pisos com 170 divisões (entre elas, 30 casas-de-banho!) decoradas numa multiplicidade de estilos diferentes, todas sumptuosas e muitas até mesmo extravagantes.

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A maioria dos inúmeros elementos em madeira foram concebidos pelo ebanista austríaco Bernhard Ludwig. A divisão mais conhecida, luminosa e icónica é a Sala de Honra (Holul de Onoare), forrada a painéis de madeira esculpida, com vitrais no tecto e uma maravilhosa escadinha em espiral suspensa entre andares, que parece não levar a lado nenhum…

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Na Sala Mare de Arme e na Sala Mică de Arme (Sala de Armas Grande e Pequena, respectivamente) está exposta a maior parte das armas que fazem parte da colecção do palácio.

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Entre as várias outras salas particularmente fora do vulgar e excêntricas do palácio, há umas quantas que achei especialmente interessantes:

 

  • a Sala de Teatro, soalheira com as suas cadeiras e paredes forradas de tecido dourado e com frisos pintados por Klimt (supostamente, terá sido aqui que ocorreu a primeira projecção de um filme na Roménia, em 1912)

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  • o Salonul Maur (Salão Mourisco), com uma fonte em mármore de Carrara que replica uma outra similar existente no Cairo

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  • o Salonul Turcesc (Salão Turco), forrado a sedas bordadas à mão e que era usado como salão de fumo para os cavalheiros

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  • o Salonul de Muzică, cujo mobiliário de teca foi oferecido a Carol I pelo Marajá de Kapurtala

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  • o Quarto Rococó, onde eram alojadas as personalidades mais ilustres convidadas para o palácio

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  • a Suite Imperial, que foi concebida no estilo barroco austríaco em tributo (segundo consta) ao Imperador Francisco José

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Os inúmeros vitrais que adornam as janelas do palácio datam na sua maioria dos séculos XV e XVII e são originários da Alemanha e da Suíça.

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O Castelo de Peleș abriga ainda uma enorme e valiosíssima colecção de pintura que conta com quase duas mil obras.

 

Inaugurado em 1883, Peleș foi o palácio de Verão da família real romena até 1947, quando o rei Mihai I (Miguel em romeno) foi forçado a abdicar do trono, após o que a Roménia passou a ser uma República. No palácio, os reis acolhiam membros da realeza e artistas famosos de todo o mundo, e foi também ali que se organizaram várias reuniões importantes por alturas do início da 1ª Grande Guerra.

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O edifício do palácio ergue-se na encosta de uma colina relvada contornada de árvores. Está rodeado por sete terraços de pedra decorados com escadarias de mármore, vasos ornamentais, fontanários e um sem-número de estátuas. Uma delas reproduz a rainha Elizabeth enquanto outra, quase em frente à entrada principal, eterniza para a posteridade o rei Carol I em traje e pose marcial.

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A propriedade onde foi construído o palácio é um parque enorme e muito bonito onde se inserem jardins, pavilhões e vários outros edifícios, entre eles um outro palácio concebido para servir de residência ao sobrinho de Carol I, que mais tarde viria a ser coroado como Ferdinand I. O Castelul Pelișor parece um chalé alpino com dimensões generosas e vale também muito a pena visitá-lo. Um dia destes falarei sobre ele mais em pormenor.

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Apesar de o palácio ter sido devolvido à família real em 2006, o seu recheio continua a pertencer ao Estado. Sendo um dos monumentos mais famosos e procurados da Roménia, há que contar com filas de espera irritantemente longas para o visitar, que dependem também da língua em que queremos ouvir o guia – isto porque todas as visitas são guiadas. Há duas opções de visita, que obviamente têm preços diferentes. A visita mais simples cinge-se ao piso principal e dura cerca de 45 minutos, a mais completa demora 1 hora e um quarto e inclui o piso superior. E se quiserem tirar fotografias, preparem-se também para pagar.

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Pelo seu carácter único e monumental, o Castelo de Peleș é de visita absolutamente obrigatória para quem viaja pela Roménia. Sinaia fica a cerca de 150 km de Bucareste e a deslocação faz-se perfeitamente em apenas um dia, tanto de carro como de comboio. Há também inúmeros tours com saída de Bucareste que incluem Peleș no seu roteiro.

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Foi sem dúvida um dos lugares de que mais gostei em toda a viagem, pela sua enorme originalidade, e – acreditem! – é um daqueles sítios que não desilude nem um bocadinho o visitante.

 

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Outros posts aqui publicados sobre a Roménia:

Um roteiro na Roménia

10 razões para visitar a Roménia

O melhor segredo da Roménia

Nos passos de Vlad Dracul

Dois dias em Bucareste - dia 1

Dois dias em Bucareste - dia 2

Maramureș, guardada nos Cárpatos

 

 

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Ter | 02.07.19

O que NÃO levo numa viagem

 

Há viagens e viagens, e para cada tipo de viagem há artigos que temos obrigatoriamente de levar, assim como há outras coisas que temos de levar sempre, independentemente do local para onde vamos, do tipo de transporte ou da duração da viagem.

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Para me facilitar a vida (e não me esquecer de nada que seja essencial), tenho um packing list de base que adapto consoante o sítio para onde vou, a época do ano e o tempo que vou estar ausente, se vou de avião e levo só bagagem de cabina ou se posso levar uma mala um bocadinho maior, etc., etc.*

 

No entanto, a apesar de não ser backpacker, gosto de viajar leve e com o mínimo de “tralha” possível. Longe vão os dias em que andava com quase metade da casa atrás de mim quando viajava (que é o que normalmente acontece quando temos filhos pequenos… parece impossível como é precisa taaaanta coisa para seres que ocupam tão pouco espaço!), e uma das coisas que as experiências de viagem me ensinaram é que quando viajo sobrevivo muito bem com muito pouco.

 

Lembrei-me por isso de deixar aqui algumas sugestões de artigos que hoje em dia acho completamente dispensáveis quando viajo (e que em tempos idos levava sempre comigo), ou que é um disparate estar a levar, por questões de economia de espaço.

 

  • Auscultadores grandes – uns auriculares chegam perfeitamente.
  • Caixas de medicamentos – apenas levo uma bolsinha pequenina com uns quantos comprimidos básicos, e tudo o que for creme ou gel levo em caixinhas transparentes (daquelas que se compram nas perfumarias) ou na própria bisnaga, se for pequena.
  • Chapéu-de-chuva – se for para algum sítio onde se preveja chuva, opto por levar um chapéu à prova de água, um bom impermeável, e uns ténis fortes ou botas.
  • Chapéu de palha – ou qualquer outro tipo de chapéu rígido; troco por lenços, ou então levo um chapéu de pano que se possa dobrar.
  • Ferro de engomar – opto por roupa que se amachuque pouco ou nada, e adoptei o hábito de arrumar a mala estilo “pacote” ou com as peças enroladas.
  • Gel de duche – qualquer hotel fornece gel de duche ou sabonete; champô ainda costumo levar, embora apenas um frasquinho pequeno, porque os champôs dos hotéis não são bons para todos os tipos de cabelo (mas experimento sempre, e se me der bem uso mesmo o do hotel).
  • Jóias – nunca fui de levar muita coisa, mas agora chega-me um anel de prata (que até passa por pechisbeque).
  • Mapas e guias de viagem – não levo mapas a não ser que vá para um local onde não tenha internet: o Google Maps é geralmente mais que suficiente para as necessidades; quando muito, poderei imprimir numa folha A4 alguma parte específica que me interesse ter em papel, ou tiro uma fotografia e levo no smartphone; quanto aos guias, posso eventualmente levar algum, se for pequeno ou fininho, mas normalmente opto por compilar e condensar todas as informações que me interessam num único documento, que depois imprimo e levo comigo.
  • Muitos livros – tenho sempre de levar leitura, e já houve tempos em que para umas férias de duas semanas levava seis livros; agora só levo em papel o livro que estou a ler no momento, eventualmente mais algum que seja pequeno; para lá disso, só levo livros no smartphone.
  • Relógio – desde que tenho telemóvel que praticamente deixei de usar relógio, e em férias nem penso nisso.
  • Secador de cabelo – se em casa já uso pouco, em viagem não uso nunca; além disso, a maior parte dos hotéis tem secador na casa-de-banho, ou então emprestam.
  • Selfie stick e outros gadgets – detesto andar carregada e não sou muito de selfies, por isso o smartphone é suficiente; a minha câmara fotográfica é uma bridge (e a próxima será provavelmente uma mirrorless compacta) e tenho um tripé pequenino para as fotos à noite (que me esqueço de levar, na maior parte das vezes…); e chega.
  • Toalha de praia – a não ser que tenha espaço na mala e vá fazer muita praia, uso um pareo mais grosso, ou uma toalha tipo ginásio.

 

E é claro que há muitas outras coisas que também não levo mas de que nem vale a pena falar – como produtos de maquilhagem, sapatos de salto, roupões de banho e outros que tais.

 

Agora contem-me: o que é que sugerem acrescentar a esta lista?

 

*Se acharem útil, um dia destes posso partilhar aqui convosco este meu packing list básico.

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O que NÃO levo numa viagem