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Viajar porque sim

Paixão por viagens, escrita e fotografia

Seg | 27.08.18

Praias do coração

 

Eu sei, eu sei… O Verão já vai a meio e o mês de Julho foi o menos quente dos últimos 30 anos (ou qualquer coisa assim) mas mesmo assim quem não gosta desta época já anda a queixar-se de calor a mais, e agora estamos em Agosto e quase todo o mundo está neste momento de férias, ou pelo menos já as planeou. Mas para mim todas as alturas são boas para falar de praias, e hoje estou para aqui virada, por isso apeteceu-me fazer uma lista das praias que ficaram e estão para sempre no meu coração (por motivos variados, ou só porque sim).

 

 

Adraga (Almoçageme, Sintra, Portugal)

 

A água é gelada e a ondulação impõe respeito mesmo no Verão, além de que por aqueles lados nem sempre o tempo está fantástico para fazer praia. Mas a sua localização, aninhada entre arribas rochosas, e o facto de ficar pertinho de Sintra, só por si já são uma mais-valia.

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Barril (Pedras d’El Rei, Algarve, Portugal)

 

A zona de Tavira tem muitas das melhores praias algarvias, a todos os níveis: temperatura da água, qualidade da areia, paisagem circundante… Na praia do Barril há tudo isso e muito mais. Há um comboiozinho que nos leva de Pedras D’El Rei à praia, sobre o pântano da Ria Formosa. Há o Cemitério de Âncoras, antes usadas na frota de pesca do atum e agora ex libris desta praia única. E há um areal a perder de vista, onde há sempre lugar para mais uma toalha.

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Cala Brandinchi (Costa Smeralda, Sardenha, Itália)

 

Não é sem razão que lhe chamam “a pequena Taiti”: água morna e sem ondulação, transparente, areia clara e macia, rodeada de vegetação… um autêntico paraíso “micronésio” em pleno mar Mediterrâneo. Fica muito afastada de qualquer urbanização (impensável ir a pé, portanto), e o parque de estacionamento é pago a preços de região italiana de luxo, mas nem isso diminui a satisfação que é passar lá umas belas horas.

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Foz do Arelho (Caldas da Rainha, Portugal)

 

Uma das praias da minha infância, a Foz do Arelho é assim uma espécie de praia bipolar: de um lado o Atlântico, com a ondulação forte típica da zona Oeste; do outro a Lagoa de Óbidos, que na minha meninice era quase uma piscina mas agora, depois de desassoreada, tem água do mar com fartura. Tem também uns passadiços de madeira sobre as dunas, restaurantes, uma avenida larga e bem arranjada, quiosques, mas mesmo assim ainda não perdeu o ar simples e despretensioso que sempre teve.

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Grande Anse des Salines (Sainte-Anne, Martinica)

 

A ilha francesa da Martinica não é um destino propriamente popular entre os portugueses, e é pena porque é uma ilha lindíssima e que não sofre da maior parte dos males do turismo de massas – além de que é também culturalmente muito interessante. As praias são óptimas, sobretudo as do extremo sul da ilha, com particular destaque para as da zona de Saint-Anne, onde as águas são mais calmas. A Grande Anse des Salines é uma praia comprida com a típica forma de meia-lua e todos os atributos habituais das praias caribenhas: água com temperatura que não causa arrepios, areia clara e muitas árvores para descansar à sombra.

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Manuel Antonio (Puntarenas, Costa Rica)

 

Fica perto de Quepos aquele que é o mais conhecido Parque Nacional da Costa Rica, Manuel Antonio de seu nome, e que entre muitas outras belezas naturais abriga no interior uma das praias mais bonitas do país: uma meia-lua de areia branca e fina, água esmeralda, vegetação exuberante e pequenos rochedos estrategicamente colocados para a fotografia – todos os clichés de uma verdadeira praia tropical, e com temperatura da água a condizer. Motivo ainda maior de interesse, nesta praia os humanos são frequentemente brindados com a convivência da restante “bicharada” que habita o Parque – macacos-capuchinho, iguanas, guaxinins, pacas, e outros que tais.

  

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Mylopótas (Ios, Cíclades, Grécia)

 

A ilha de Ios é conhecida sobretudo pela sua animação – assim uma espécie de Ibiza à moda grega – e por esta fantástica praia: um quarto minguante de areia clara desdobrando-se por mais de um quilómetro de comprimento, com um mar tranquilo de cor esmeralda enchendo a paisagem até ao horizonte. A estrada que acompanha toda a praia está cheia de restaurantes e bares, e tanto é possível ficar de perna esticada na areia como praticar todos os típicos desportos de praia e náuticos. Muito concorrida em Julho e Agosto, o seu maior encanto revela-se nos outros meses de Verão e sobretudo ao lusco-fusco, que lhe dá um ambiente maravilhosamente etéreo.

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Ponte Velha (Cabreira, Góis, Portugal)

 

Esta praia fluvial é um verdadeiro mimo e – melhor ainda! – é pouco conhecida. Foi renovada há poucos anos e o local continua em excelentes condições. O rio Ceira foi represado para formar uma espécie de piscina, caindo depois em cascata para mais à frente passar na dita Ponte Velha. Tem árvores, local para churrascos, e as casas de pedra da antiga aldeia, agora abandonada, foram também já restauradas. Habitualmente pouco frequentada, é um verdadeiro oásis de tranquilidade.

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Salgados (Pêra, Algarve, Portugal)

 

A praia dos Salgados foi durante bastantes anos a “minha” praia no Algarve. Comprida e arejada, quase sem ondulação nos meses mais quentes, e com o bónus de ter o seu parque de estacionamento junto à lagoa do mesmo nome, lugar de poiso e nidificação de muitas aves. A lagoa foi entretanto dotada de passadiços de madeira, que servem tanto para proteger as suas características de habitat natural como para percurso de passeio e observação. Em tempos muito pouco frequentada, a proliferação de empreendimentos turísticos na zona tornou-a mais popular e descaracterizou completamente a paisagem das estradas que lhe dão acesso, mas mesmo assim continua a ser uma praia bonita e com qualidade.

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San Juanillo (Guanacaste, Costa Rica)

 

É um dos maiores e melhores segredos da Costa Rica, uma pequena jóia rara dentro de um país já de si maravilhoso. E é uma preciosidade a dobrar porque na realidade não é só uma praia, mas sim duas, com uma estreita língua de areia e rocha entre elas. Uma praia de sonho, daquelas que pensamos só existirem nos filmes, rodeada por uma encosta arborizada com algumas casas a assomarem entre o verde e com areia branca e fina delimitada por árvores e água do mais lindo azul, quase sem ondulação. Há meia dúzia de pequenos barcos flutuando na pequena baía e mais alguns na areia, abrigados debaixo das palmeiras, e ao fundo uma barreira de rochedos acalma as vagas, que vêm rebentar de mansinho aos nossos pés. San Juanillo é uma pequena aldeia piscatória, pacata e sonolenta, e quem lá vive está decidido a que assim permaneça.

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Sarakíniko (Milos, Cíclades, Grécia)

 

Fica na costa norte da ilha grega de Milos aquela que é uma das praias mais originais e bonitas do mundo. As ondas e o vento moldam a rocha vulcânica branca característica desta zona em formas que evocam uma paisagem lunar. Abrigada no meio das rochas altas existe uma pequena praia de areia clarinha onde a água, morna como toda a água do mar Egeu, forma uma espécie de piscina. Ali temos realmente a sensação de estar num outro mundo.

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Seget Donji (Trogir, Croácia)

 

A Dalmácia é uma das regiões croatas mais conhecidas pelo bom tempo, pelas águas mornas e límpidas, e pelas suas muitas praias. Perto da cidade de Trogir, a zona balnear de Seget Donji é uma agradável surpresa: uma praia estreita e serpenteante de pedrinha clara, água de cor maravilhosa e sem agitação (pelo menos quando está bom tempo) com várias ilhas recortadas em fundo, ao longe do lado esquerdo uma marina e a torre da Catedral de Trogir a espreitar por trás dos mastros dos barcos, e para a direita um enorme pinhal. Um passeio pedonal acompanha toda a extensão da praia, que tem mais de quilómetro e meio, separando-a das casas espalhadas pela encosta.

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Sveti Stefan (Montenegro)

 

Sveti Stefan foi em tempos apenas uma ilhota, que uma dúzia de famílias fortificou e onde construíram habitações para si próprias. O estreito istmo que a liga às praias, com um caminho em pedra, só foi feito mais tarde. Hoje a ilha é de acesso restrito, pois foi cedida há alguns anos à cadeia de hotéis Aman mas uma das praias que fica na costa montenegrina é pública. É uma praia de pedrinha mas não faz mal, que a paisagem compensa o desconforto e há espreguiçadeiras com chapéus-de-sol para quem quiser pagar. Há estacionamento (também pago) e todas as infra-estruturas de apoio que se podem desejar. E a zona entre o arvoredo tem muitos hotéis, casas e apartamentos para alugar – apesar de praticamente não darmos por eles – o que faz de Sveti Stefan um local de férias altamente recomendável e procurado.

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Tapada Grande (Mina S. Domingos, Portugal)

 

É considerada desde há vários anos uma das melhores praias fluviais portuguesas, e merece a distinção a todos os níveis. A paisagem circundante é linda, tem parque de estacionamento e infra-estruturas de apoio, areia em quantidade suficiente, chapéus-de-sol e equipamentos para actividades aquáticas. É um verdadeiro oásis, numa zona alentejana pejadinha de lugares bonitos e cheios de interesse, em que as ruínas da antiga mina desta localidade ocupam lugar de destaque.

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Zlatni Rat (Brač, Croácia)

 

Uma das praias mais fotografadas e famosas da Europa, é realmente tão bonita quanto as fotografias a retratam. Zlatni Rat significa cabo dourado ou corno dourado, e o nome remete para o seu formato nitidamente triangular, terminando numa ponta arredondada que vai mudando de forma consoante as marés. O acesso faz-se atravessando um enorme pinhal, onde estão espalhados restaurantes, casas de banho e até um parque infantil. Rodeada pelo fantástico azul do Adriático, o encanto desta praia só é um bocadinho quebrado pelo facto de não ter areia mas sim pedrinha miúda. Mas este ligeiro senão é compensado pelo resto: uma temperatura da água igual à do ar, um mar quase transparente de tão límpido e zero ondas. Curiosamente, o nudismo é permitido nesta praia, e sem que haja quaisquer choques: quem dispensa o fato de banho escolhe a zona do lado oeste mais junto ao pinhal, e quem é mais púdico tem todo o resto da praia.

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(publicado na rubrica Viagens da revista Inominável nº 15)

 

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