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Viajar porque sim

Paixão por viagens, escrita e fotografia

Qui | 16.07.15

Bilhete-postal de Santorini - III

 

O pôr-do-sol

 

Uma das experiências que quem visita Santorini não quer (e não deve!) perder é o seu famosíssimo pôr-do-sol.

Santorini-o pôr-do-sol visto de Fira (1544) cópi

A bem da verdade, o pôr-do-sol em Santorini não é muito diferente dos que podemos apreciar no nosso país quando estamos na costa oeste ao pé do mar – sobretudo no Verão, quando o sol vai baixando lentamente até desaparecer atrás daquela imensidão de água prateada que é o Atlântico, o azul do céu tornando-se mais saturado, com véus de laranja-rosa-púrpura. Um espectáculo mesmerizante e nunca repetido, porque cada pôr-do-sol é diferente dos outros… Nesta coisa de pores-do-sol aqui em Portugal também estamos muito bem servidos.

 

A diferença está, obviamente, na paisagem. A costa oeste de Santorini forma um crescente em torno da caldeira do vulcão, com as ilhas Kameni (Nea e Palea) no centro, o ilhéu Aspronisi a sudoeste e a ilha maior de Thirasía a noroeste, quase fechando o anel. Além disso, embora bastante ao longe, é também possível avistar as silhuetas esbatidas das ilhas Cristiana e Ascania para sudoeste, e Ios, Amorgós e Folégandros para norte e noroeste.

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Por tudo isto, a impressão visual que nos causa assistir ao pôr-do-sol em Santorini é bastante diferente daquilo a que eventualmente estamos habituados, e é uma das experiências estéticas mais agradáveis e originais de que podemos usufruir durante uma estadia na ilha.

 

O local mais famoso e procurado para observar o sol-pôr é indiscutivelmente Oia. A pé, de carro ou de autocarro (há autocarros que partem do centro de Fira de 20 em 20 minutos, e a viagem demora cerca de um quarto de hora), quando se aproxima o final da tarde grupos e grupos de turistas encaminham-se para o extremo noroeste de Santorini, quais peregrinos cumprindo uma promessa.

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Oia é assim uma espécie de Fira em versão ligeiramente mais reduzida, e é certamente o local mais fotografado de toda a ilha. Às seis e meia da tarde, a actividade frenética do lugar faz lembrar uma colmeia, e o ruído também. As ruas estreitinhas e sinuosas sucedem-se umas atrás das outras, apinhadas de gente quase em passo de procissão. Passamos por gelatarias, cafés com as suas esplanadas, lojas de roupa e artesanato, e também por aquela que é uma das livrarias mais bonitas e famosas do mundo, apesar de apenas ter aberto há pouco mais de dez anos – a Atlantis Books.

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Oia tem muitos moinhos, casas brancas com portas e janelas azuis, ou coloridas em tons de terra e mar, gatos pachorrentos passeando nos terraços, e torres de igreja com vários sinos, encimadas por cruzes.

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À medida que o sol vai descendo para o mar, a onda humana começa a dirigir-se toda na mesma direcção, cada pessoa procurando o melhor “spot” para ver o espectáculo. Cada miradouro, cada recanto com vista sobre o Egeu, cada esplanada virada para o mar enche-se de gente pacientemente à espera, observando o sol a perder lentamente o seu brilho, crescendo de tamanho e banhando a paisagem com um dourado suave.

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 Santorini-Oia (Ía) (1403) cópia assin.jpgSantorini-Oia (Ía) (1395) cópia assin.jpg

Mas não é só em Oia que o pôr-do-sol atrai os visitantes da ilha. Em Fira, os fins de tarde são igualmente encantadores, e são muitos os lugares de onde é também possível observar o sol-pôr – um panorama recorrente, diário, mas nunca repetido.

Santorini-o pôr-do-sol visto de Fira (1512) cópi

Santorini-o pôr-do-sol visto de Fira (1522) cópi

 

Santorini-o pôr-do-sol visto de Fira (1553) cópi

 

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Bilhete-postal de Santorini - o pôr-do-sol

Bilhete-postal de Santorini - o pôr-do-sol

 

Dom | 05.07.15

A Grécia em destaque

De repente, no sossego deste domingo, a minha caixa de email começou a encher-se de comentários ao meu último post sobre Santorini, e eu achei estranho (o post já tem uma semana…), e sobretudo comentários de bloggers que não “conheço”, e eu a achar mais estranho ainda, e de repente pensei: só pode ser um destaque!

E fui à página principal do SAPO Blogs (desculpem-me, ainda lá não tinha ido hoje porque estive a acabar de ler um livro e já estou ocupada com o próximo post do meu blog Gene de Traça) e é mesmo verdade:

Destaque Santorini recorte.jpg

 

Obrigada, SAPO Blogs, vocês são uns queridos! Depois do grande elogio do Verão passado que me fizeram ao incluírem o meu Diário de viagem à Costa Rica (o primeiro post foi este) nas vossas sugestões de blogues sobre férias, agora veio mais este – e logo com honras de grande destaque.

É verdade que a Grécia tem andado nas bocas do mundo, e não pelas melhores razões. Mas um país não se resume aos seus problemas político-económicos, nem a sua qualidade se mede pelas classificações das agências de rating.

Atenas (431).JPG

 Atenas

Atenas-vista a partir da Acrópole-Templo de Zeus  Atenas

 

A qualidade de um país tem a ver com a sua geografia e a sua paisagem (a natural e a construída), com o seu clima, com as pessoas que o habitam, com tudo aquilo que oferece a quem lá vive e a quem o visita. E a qualidade da Grécia, pelo menos para quem a visita, está muitos, muitos furos acima da ideia que nos é transmitida pelas notícias diárias.

A Grécia enfrenta os mesmos problemas que nós em Portugal. E os gregos têm a noção disso, bem mais do que nós temos em relação a eles. Quando lá estive, sempre que nos perguntavam de onde éramos e respondíamos que éramos de Portugal, a reacção era um sorriso, um abrir de braços, uma expressão de alegria e de compreensão. Mais do que uma vez nos disseram: “Vocês são como nós. Portugueses e gregos são iguais, somos irmãos”.

Por estranho que pareça, foi precisamente isso que senti durante todo o tempo em que lá estive.

 

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